http://www.palavraeletrica.com/ Ao juntar poesia declamada, uma certa dose de bom humor, batidas eletrônicas, efeitos de dub, além das linhas de baixo que remetem ao funk e ao reggae temos como resultado a Palavra Elétrica do Freak Out Muzik: um coletivo de profissionais de áudio que não produz necessariamente o formato canção.
Tuesday, November 21, 2006
DupraT
Duprat se foi! O pirata de todos os signos!
Acordei com essa noticia. Peguei todos vinis dos Mutantes e saí pela Niemeyr chuvosa. Nos ouvidos uma canção hippie em que Gal dizia e eu sampleava: Meus dedos cheio de anéis e minhas calças vermelha de Flash Gordon.
Fui ouvindo tudo o que tinha do Duprat. Passo a passo, um por um, cada disco me remetendo obviamente à minha atribulada vida afetiva, tantos casamentos...
Me lembro quendo ouvi o primeiro Lp dos Mutantes aos 13 anos. A cara da minha mãe, imagina! Mais assustada que eu. Quem são esses caras? E Panis et Circencis com a rotação terminando como se houvesse caído a energia elétrica. Nessa época eu namorava Lucylle, então com 12 anos e ela era obrigada a ouvir diariamente comigo todos os discos dos tropicalistas.
Havia um Lp do Gil em que Duprat fazia uma colagem sonora de guitarras do Serginho Dias com maracatus e frevos e um som típico de banda do interior.
Ele foi sempre cultuado, na mídia paralela, como o George Martin dos Mutantes. Pra quem não sabe, Martin foi o maestro, arranjador, que produziu os melhores discos dos Beatles.
No inicio da década de de 90 ele veio ao Brasil e fez uma apresentação aqui no Rio, na Quinta da Boa Vista, ao lado do zoológico. Eu passava por uma crise no meu segundo casamento, uma de tantas...aí no meio do show cheguei pra Sara e disse: Seguinte, to pedindo demissão do nosso casamento.Ela espantada, Como assim? É, to saindo, tenho outros objetivos, quero ter uma filha e tal, voce não quer...
Foi muito difícil, penoso continuar aquele assunto: Eu dizia, sem convicção: As contas são minhas, os filhos são nossos, os vacilos e pecado todos meus (meus amores). Foram quase duas horas ouvindo aqueles belíssimos arranjos dos Beatles e minhas, (suas) lágrimas se confundiam com a emoção do show e o impacto, o dado imprevisível, o pedido de distrato de casamento. Os pecados e os vacilos sempe meus....Além disso tudo chovia muito e as lágrimas....
Nós dois sempre fomos assim, a primeira vez que pedi Sara em casamento foi num super-mercado. Sim, nós casamos algumas vezes. E era lá, no meio das compras que a convenci de voltar pra mim algumas vezes...
Bom, voltando ao asunto principal: Rogério Duprat, arranjador do disco Tropicália, o petardo inicial do movimento, onde mistura guitarras elétricas ( na época um sacrilégio) com cordas, foi eleito muso-maetro dos tropicalistas. Participou de todas as gravações, nesse período, dos baianos Tom Zé, Caetano Veloso e Gilberto Gil e nas carreiras dos Mutantes e também no primeiro disco solo do Arnaldo Baptista, Loki? Onde os sintetizadores se misturam aos seus arranjos alquímicos. Loki? foi considerado um marco, muito mais pela ousadia de gravar quase tudo num take só (sem emendas)e pelo tom confessional , do que pela própria sonoridade Elton John que Arnaldo vinha ouvindo. Ali, na faixa Uma pessoa só, Rogério Duprat desconstroe tudo, as cordas sobem o volume, a balada se torna quase um rapp, com Arnaldo e suas frases ininteligíveis num discurso bombastico...Era difícil alguém entender essa sonoridade Duprat- Frank Zappeana em 74!
Duprat, conhecido como gênio recluso, nasceu no Rio e se mudou pra Sp em 55. Virulento, já na capa do Tropicália, onde segurava um penico como se fosse uma xicara, ao lado de Torquato Neto, Mutantes, Nara Leão, Caetano,Gil e Tom Zé. Anos depois ele regeu o confuso transito de São Paulo deixando perpelexos tanto pedestres quanto os motoristas!
Rogério Duprat continuou desafinando o coro dos contentes até quando já não ouvia mais e se isolou num sitio no interior de São Paulo e mesmo assim continuou produzindo jingles e algumas musicas para Lulu Santos e Rita Lee na década de 90.
Saudades de seu som e de sua ousadia!
Lucylle me abandonou em 86, após o colapso da relação de mais de 10 anos, na praça Nossa Senhora da Paz, Ipanema, deixou um filho de quase dois anos que Sara me ajudou a criar.
Após idas e vindas, com Sara, em 2002 quando fui tirar a segunda via do meu RG, para meu espanto, na hora de preencher o formulario descobri que ela havia se divorciado de mim à revelia!
Minha estória com ela(s) terminou ali, mas o som não. Continuo ouvindo Duprat, Zappa e George Martin, mas nao consegui realizar o meu sonho ( imagino de muitas pessoas) de ve-lo regendo os Mutantes, ao vivo, agora dia 25 de janeiro do proximo ano, numa praca publica em Sao Paulo!
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1 comment:
Só vc parar falar de Drupat e passar pelos seus casamentos, sua infância, e trazer informações sobre tudo. Você não deveria ficar tanto tempo sem blogar!
Abs,
Diego
www.perambulagens.org
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