Saturday, May 21, 2005

sou poeta?


Sou poeta?

A minha poesia não rima amor com dor
Sofrer com querer
Lua com nua
Não
Não rima policia com milícia...
Porque eu parto, eu reparto
No comício ou no hospício.
E sinto ate hoje a prisão e escuridão do ventre materno.

A minha poesia se fala por si
Se escreve por si
Eu ‘ fico fora de si’ o tempo todo’
A minha loucura não passa por protótipos
Estereótipos
Arquétipos
Porque minha loucura é pessoal e controlada
E tudo o que eu quero é estar sempre no controle dos meus atos
A minha poesia não se escreve, não se fala
não se cala
Porque eu sou poesia da cabeça aos pés
Eu vivo no disfarce da minha poesia
‘ no tríplice mistério do stop’
no mini-misterio do Torquato Neto, dos Anjos, dos Tavinhos Paes e Teixeiras...
a minha poesia não tem disfarces, mascaras
porque ela tem a juventude e a força dos bêbados.

Essa poesia (?) é dedicada ao Migg pela audição madrugadeira no Vidigal dos Novos Baianos:
“ minha velha é louca por mim, só porque sou assim
meu pai, por sua vez, se liga na minha...”

Guanabara, inverno de 2001.
Foto by Duca Moobwa.
Lucinha, Byra e Arnaldo Baptista.

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