Guanabara, 20 de setembro de 2008.
Cheguei quinta-feira no Rio após três meses em São Paulo. Meu gato não me reconheceu, correu pra baixo da mesa, e se escondeu. O Vidigal ocupado por militares do exército, me deixou muito assustado. Só no dia seguinte percebi a realidade: era uma ação preventiva contra abusos eleitorais. Ao fazer meu passeio predileto e rotineiro ao super-mercado vi a alegria dos meninos-militares com máquinas fotográficas penduradas ao pescoço e olhando o charme das meninas.
A Guanabara se tornou um espelho mentiroso de seu destino, a cidade sitiada. Ainda temos a praia. Será? A barbárie se tornou rotineira e monótona aos olhos dos telejornais. O mundo é tudo o que a gente acha que é.
Fui até Ipanema nos Estudios Alberto's na tentativa de gravar algumas vozes e esboçar o projeto pra nossa próxima apresentação, Freak Out em São Paulo. Falei mais tempo do que devia mas a felicidade das minhas netas era puramente o reflexo dos meus olhos, as meninas dos meus olhos.
Ligamos um microfone na cozinha, fizemos um pré-ensaio e coloquei-as pra gritarem:
A CERTEZA DA CERTEZA FAZ O LOUCO GRITAR
A CERTEZA DA CERTEZA FAZ O LOUCO GRITAR
GRITAR GRITAR GRITAR!!!