Friday, April 18, 2008

CARLOS CASTANEDA, UM FEITICEIRO?



" Um grito sufocado anuncia a morte, por suicídio, da ciencia do seculo vinte "
Aldous Huxley


A primeira vez que ouvi falar de Carlos Casteneda foi na Revista Rolling Stone, na coluna do Luiz Carlos Maciel. Eu devia ter pouco mais de 15 anos. Era início dos anos 70 e o seu primeiro livro “ A Erva do Diabo” estava causando polêmicas imensas no mundo todo.
Sem nacionalidade precisa, conforme D. Juan, “ pois um homem de conhecimento não tem país, não tem nome, nem família, nem dignidade - isto é, não tem nada que possa sustentar um centro falso, o ego, que cristalize as suas experiências “.
No livro da Carmina Fort de 88, ele assume que é brasileiro e foi criado na Argentina, apesar de toda imprensa ter publicado que era peruano, mas segundo a escritora , ele falava português fluentemente com um pouco de sotaque.
Sua saga com o índio-bruxo D. Juan Matus, mestre da ironia, se inicia quando ele, estudante de antropologia, procura informações sobre mescalina e o peiote no deserto do Arizona para um trabalho acadêmico.
Ele descobre que o velho índio yaqui morava em Sonora, no México e vai a sua procura.
A partir de 1960 até 1973 - D. Juan se torna seu mestre na arte de “ver”, “parar o mundo”, “perder a importância pessoal”, “não estar acessível”, a “impecabilidade” e outras técnicas basicamente de cunho social que estão no seu terceiro livro “ Viagem a Ixtlan”.
Publicou diversos livros e seus ensinamentos sobre feitiçaria e alteração dos sentidos através de drogas, foram lenha na fogueira no meio dos anos 60, no auge do movimento hippie, pós beats.
Super criticado e (desacreditado) pelo stablishment e cultuado pelos jovens, independente da apologia às drogas de D. Juan - ferramentas ou aliados - como ele chama - o seu legado maior está na conduta diária de um feiticeiro, um homem de conhecimento, não um aprendiz de meio-expediente:
“parar o diálogo interno”, que vem a ser o mesmo que fazem os budistas, meditar, “ver”, e, a “ loucura controlada”.
Após uma matéria na Time em (73) que deixou fotografar apenas suas mãos, ele seguiu à risca o ensinamento do bruxo D.Juan, que um guerreiro não pode estar disponível, apagou sua história pessoal e ficou cada vez mais difícil encontrá-lo, pois até sua identidade foi trocada.
Seus últimos relatos estão no livro Conversando com Carlos Castaneda, escrito em 1988, de Carmina Fort.

“ Desconfio de todas as pessoas com sistema e as evito. A vontade de sistema é uma falta de lealdade”. ( Nietzche)

Livros mais importante de Castaneda:
1- A Erva do Diabo
2- Estranha Realidade
3- Viagem a Ixtlan ( recomendo ser a primeira leitura)
4- Porta para o Infinito
5- O Fogo Interior
6- O Presente da Águia
7- O Segundo Circulo do Poder

Byra Dorneles, 52, auto-didata, faz experiências com alucinógenos desde os 15 anos e passa bem.

Site para dowload de seus livros:
http://ayakamanakam.blogspot.com

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